quarta-feira, 29 de maio de 2013

"Trouxeste a Chave?"Carlos Drummond- PCNP-Claudialice Bonsaglia

Trouxeste a chave?"
"Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:

'Trouxeste a chave?'"


segunda-feira, 27 de maio de 2013

"Identidade"- (In "Raiz de Orvalho e Outros Poemas") Mia Couto

Preciso ser um outro
para ser eu mesmo

Sou grão de rocha
Sou o vento que a desgasta

Sou pólen sem insecto

Sou areia sustentando
o sexo das árvores

Existo onde me desconheço
aguardando pelo meu passado
ansiando a esperança do futuro

No mundo que combato morro
no mundo por que luto nasço

Mia Couto vence o prêmio Camões de literatura

O escritor moçambicano Mia Couto ganhou nesta segunda-feira (27) o Prêmio Camões, o mais importante da literatura portuguesa, que neste ano chega à 25ª edição.
Criado em 1988, o prêmio é entregue anualmente pelos governos de Brasil e Portugal a autores de língua portuguesa por sua contribuição à literatura.
Neste ano, o anúncio do vencedor foi feito no Rio de Janeiro, após reunião do júri no Palácio Gustavo Capanema, sede do Centro Internacional do Livro e da Biblioteca Nacional.
Aos 57 anos, Mia Couto é autor de obras como "O Voo do Flamingo" e "Terras Sonâmbulas", considerado um dos 12 melhores livros africanos do século 20. Filho de portugueses, ele nasceu em Beira, Moçambique, país de cerca de 20 milhões de habitantes no qual fala-se português e pelo menos outras 20 línguas.
A premiação também já escolheu dois autores de Angola e um de Cabo Verde.


quinta-feira, 23 de maio de 2013

Um dia na escola do meu filho acontece sábado (25). Participe!


"A educação exige os maiores cuidados, porque
 influi sobre toda a vida"                                                  
Sêneca

Todas as escolas da rede estadual terão programação especial voltada para as famílias dos alunos. Neste sábado (25), é a vez dos adultos voltarem para a escola. Todas as mais de 5 mil unidades da rede estadual terão atividades especialmente dedicadas às famílias dos estudantes. O projeto “Um dia na escola do meu filho”, que faz parte do programa Educação – Compromisso de São Paulo, tem o objetivo de ampliar a participação das famílias na rotina escolar dos filhos. A primeira iniciativa para alavancar esse envolvimento aconteceu em novembro de 2011 e contou com a participação de 185 mil pais de alunos, que se reuniram em 1.934 escolas de todo o Estado. A novidade desse ano é que o evento, antes realizado apenas nas unidades em que o programa Escola da Família atua, vai acontecer em todas escolas da rede estadual, em dois sábados que serão considerados dias letivos: dia 25 de maio e dia 19 de outubro, das 9h às 17h.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

O Último discurso, do filme O Grande Ditador- Charles Chaplin

O Caminho da Vida

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos.

A cobiça envenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódios... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e morticínios.

Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria.

Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.

Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

(O Último discurso, do filme O Grande Ditador)

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Retirado do livro D. Casmurro de Machado de Assis


A imagem de Capitu ia comigo, e a minha imaginação, assim como lhe atribuíra lágrimas, há pouco, assim lhe encheu a boca de riso agora: vi-a escrever no muro, falar-me, andar à volta, com os braços no ar; ouvi distintamente o meu nome, de uma doçura que me embriagou.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Pablo Neruda- Sê




Se não puderes ser um pinheiro, no topo de uma colina,
Sê um arbusto no vale mas sê
O melhor arbusto à margem do regato.
Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore.
Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva
E dá alegria a algum caminho.

Se não puderes ser uma estrada,
Sê apenas uma senda,
Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela.
Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso...
Mas sê o melhor no que quer que sejas.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

VIDAS SECAS - Graciliano Ramos


 “Admirava as palavras compridas e difíceis da gente da cidade, tentava reproduzir algumas, em vão, mas sabia que elas eram inúteis e talvez perigosas.”

“O patrão atual, por exemplo, berrava sem precisão. Quase nunca vinha à fazenda, só botava os pés nela para achar tudo ruim. O gado aumentava, o serviço ia bem, mas o proprietário descompunha o vaqueiro. Natural. Descompunha porque podia descompor, e Fabiano ouvia as descomposturas com o chapéu de couro debaixo do braço, desculpava-se e prometia emendar-se. Mentalmente jurava não emendar nada, porque estava tudo em ordem, e o amo só queria mostrar autoridade, gritar que era dono.”

“O dia todo espiava o movimento das pessoas, tentando adivinhar coisas incompreensíveis.”

“Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo cheio de preás.”

“Estirou os olhos pela campina, achou-se isolado. Sozinho num mundo coberto de penas, de aves que iam comê-lo.”

“...chorou, mas estava invisível, e ninguém percebeu o choro.”

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Mário Quintana- retirado do livro "A cor do invisível"- Rio de Janeiro


A menina que roubava livros- Markus Suzak

Olhou para o rosto sem vida, e então beijou a boca do seu melhor amigo, Rudy Steiner, com suavidade e verdade. Ele tinha um gosto poeirento e adocicado. Um gosto de arrependimento á sombra do arvoredo e na penumbra de coleção de ternos do anarquista. Liesel o beijou demoradamente, suavemente, e, quando se afastou, toucou-lhe a boca com os dedos.

Markus Suzak - A menina que roubava livros

terça-feira, 14 de maio de 2013

As manhãs que nascem na poesia de Flora Figueiredo


A tradutora, cronista e poeta paulista Flora Figueiredo mergulha no silêncio da noite para nos mostrar como nascem as manhãs, no seu poético entender.


"COMO NASCEM AS MANHÃS"
Flora Figueiredo
O fundo dos olhos da noite
guarda silêncios.
Esconde na retina
a menina que corre descalça em campo aberto.
Pálpebras cerradas, a noite emudece.
A menina com medo
faz um furo no escuro com a ponta do dedo.
Cai um pingo de luz.
Amanhece.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Castro Alves "O poeta dos escravos"


Esse mártir da Literatura pertenceu à chamada Terceira Geração do Romantismo. Sua obra poética subdivide-se em duas vertentes: a lírico-amorosa, na qual ele ainda conserva resquícios do subjetivismo cultuado pelos poetas da segunda geração.

Presa nos elos de uma só cadeia,
  A multidão faminta cambaleia,
  E chora e dança ali!
  Um de raiva delira, outro enlouquece…
  Outro, que de martírios embrutece,
  Cantando geme e ri…
  No entanto o capitão manda a manobra
  E após, fitando o céu que se desdobra
  Tão puro sobre o mar,
  Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
  Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
  Fazei-os mais dançar!…”
                                                                                                  Retirada do Poema  “O Navio Negreiro”

sábado, 11 de maio de 2013

"Para sempre" de Drummond para o Dia das Mães- profª Liliana


Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
– mistério profundo –
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

sexta-feira, 10 de maio de 2013

"Jogo de Dados" Flora Figueiredo- profª Liliana


Dobrei outubro sobre outubro,
desfolhei a sola do sapato.
Bebi lágrimas dos astros carentes
que se descolam do espaço
na procura de novos azuis.
Saíram em busca, eu também fui.
Perfilei nuvens, como quem adestra o impossível,
desenrolei caracóis.
Quando julgo alcançar minha bandeira,
enfrento uma fera de fome voraz.
Diz o cartaz:

Entrada Proibida. Retorne agora ao ponto de partida.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

O Silêncio dos Amantes - Lya Luft

"O livro é o passaporte para uma multiplicidade de viagens. Com ele podemos conhecer lugares, pessoas e, principalmente, podemos entrar em contato com diferentes sentimentos, sejam eles velhos ou novos." Lya Luft

Em O Silêncio dos Amantes, da romancista brasileira Lya Luft, mergulha-se num ambiente que é pautado nas relações afetivas do ser humano. A escritora trata dos sentimentos não ditos, das palavras vazias, de um silêncio que afasta pessoas umas das outras. 
Enfim, a obra trata de questões que movem as nossas vidas. Os sentimentos são a síntese do ser humano. Durante a leitura passa-se por um montante deles. Angústia, perdas e sonhos preenchem as páginas com tamanha maestria que deixam o leitor preso em um mar de sentidos e, principalmente, indagações. E se fosse eu? E se isto acontecesse com nós? E se? Ao final, percebe-se que a falta da expressão dos sentimentos gera uma incompletude no ser humano sem tamanho. O silêncio nos olhares, a ausência de gestos e as palavras não ditas são um dos grandes males da modernidade. A presença é substituída pela ausência e assim seguimos, infelizmente.

Há autores que tocam o coração do leitor com suas palavras. Com certeza, Lya Luft é um destes grandes interpretadores da alma. Recomendo esta viagem a todos que queiram obter momentos de reflexões sobre a vida. 

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Leitor e Livro- profª Liliana


"Tem que existir uma relação de cumplicidade entre o leitor e o livro, para que a magia aconteça!"                                                                          Liliana Eugênia Mendes da Costa 


"Os mais lidos" -Sala de Leitura- fevereiro a abril de 2013

1º- Marley e Eu- John Grogan
- O pequeno príncipe- Antoine Saint Exupery
2º- Crepúsculo- Stephanie Meyer
3º- Eclipse- Stephanie Meyer
4º- A cabana- Willian P. Young
5º- Lua Nova- Stephanie Meyer
6º- Amanhecer- Stephanie Meyer
6º- O menino do pijama listrado- John Boyne
7º- A menina que roubava livros- Markus Zusak
8º- A breve segunda vida de Bree Tanner-  Stephanie Meyer
9º- Asterix e a volta às aulas- Rene Goscinny e Albert Uderzo
10º- Frankenstein-  Mary Shelley
11º- Comer, rezar, amar- Elizabeth Gilbert
12º- Eu, Cristiane F.- Hermann Kai
13º- Feia- Constance Briscoe
14º- Sangue de lobo- Rosana Rios e Helena Gomes
15º- Minha vida de menina- Helena Morley
16º- Alice no país das maravilhas- Lewis Carrol
17º- Eragon- Christopher Paolini
18º- Alice no país dos enigmas- Raymond Smullyan
19º- Auto da Compadecida- Ariano Suassuna
20º- As aventuras de Sherlock Holmes- Arthur Conan Doyle



terça-feira, 7 de maio de 2013

Algumas da obras de Malba Tahan


  • Contos de Malba Tahan (contos)
  • Amor de Beduíno (contos)
  • Lendas do Deserto (contos)
  • Lendas do Oásis (contos)
  • Lendas do Céu e da Terra (contos)
  • Maktub! (contos)
  • Minha Vida Querida (contos)
  • O Homem que Calculava (romance)
  • Matemática Divertida e Delirante (recreação matemática)
  • A Arte de Ler e Contar Histórias (educação)
  • Aventuras do Rei Baribê (romance)
  • A Sombra do Arco-Íris (romance)
  • A Caixa do Futuro (romance)
  • O Céu de Allah (contos)
  • Lendas do Povo de Deus (contos)
  • A Estrêla dos Reis Magos8 (contos)
  • Mil Histórias Sem Fim (contos)
  • Matemática Divertida e Curiosa (recreação matemática)
  • Novas Lendas Orientais (contos)
  • Salim, o Mágico (romance)
  • Diabruras da Matemática (recreação matemática)

Curiosidades sobre autores- Malba Tahan - profª Liliana

Malba Tahan - O genial autor em sala de aulas
melhor prova de que Malba Tahan foi um magnífico criador de enredos é a própria biografia de Malba Tahan. Na verdade, esse personagem das areias do deserto nunca existiu. Foi inventado por outro Malba Tahan, que de certo modo também não existiu efetivamente: tratava-se apenas do nome de fantasia, o pseudônimo, sob o qual assinava suas obras o genial professor, educador, pedagogo, escritor e conferencista brasileiro Júlio César de Mello e Souza. Na vida real, Júlio nunca viu uma caravana atravessar um deserto. As areias mais quentes que pisou foram as das praias do Rio de Janeiro, onde nasceu em 6 de maio de 1895. Júlio César era assim, um tipo possuído por incontrolável imaginação. Precisava apenas inventar um pseudônimo, mas aproveitava a ocasião e criava um personagem inteiro. 

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Eu não existo sem você - Vinícius de Moraes


Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você

Assim como o oceano

Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer
Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
Eu não existo sem você
                                    Vinícius de Moraes- profª Liliana

Segunda-feira 06 de maio


ACRÓSTICO- LEITOR ANTENADO

Livro novo ou velho
Evidentemente
Instrui e
Transforma
O indivíduo dia a dia
Rumo a sabedoria
A preguiça destrói...
Não dê sono aos teus olhos
Tesouros incauculáveis
Encontrarás,
Normas e mensagens
Aprenderás e saberás que,
Deus ama
O sábio e sensato
                   profª Maria Tereza

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